"Se ela mentir, a culpa é dela" é uma expressão comumente usada que sugere que a responsabilidade pela mentira é exclusivamente de quem mente. No entanto, na realidade, a situação é bem mais complexa.
Durante as sessões de terapia, é comum que os pacientes tentem agradar o psicólogo, o que é conhecido como o Efeito Hawthorne. Esse efeito sugere que os pacientes podem mudar seu comportamento devido à atenção especial que estão recebendo, independentemente de qualquer mudança real nas condições. Isso pode incluir mentir para agradar, criar uma atmosfera de falsa superação a fim de se convencer de que o tratamento está sendo efetivo.
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma ferramenta eficaz para minimizar o efeito de Hawthorne, pois se concentra em princípios de objetividade, transparência, comunicação aberta, análise de dados, abordagem colaborativa e identificação de pensamentos distorcidos. Não é justo culpar o paciente pelo efeito de Hawthorne. É importante lembrar que o objetivo do paciente é melhorar sua saúde e bem-estar, e eles podem não ser conscientes de que estão agindo de forma artificial para agradar o terapeuta.
É responsabilidade do terapeuta estar ciente desse efeito e tomar medidas para minimiza-lo, como manter a honestidade e transparência com seus pacientes sobre como eles serão avaliados e garantir que seus pacientes entendam que seu progresso será avaliado de forma justa e imparcial, independentemente de como eles se comportam. Se essa etapa não for superada, a chance de influenciar a (má) qualidade da terapia é grande.
  
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