domingo, 29 de janeiro de 2023

Review: Wittgenstein e a crítica ao "psicologismo" de Freud.

O livro "Wittgenstein on Freud and Frazer" de Frank Cioffi oferece uma visão única sobre a crítica feita por Ludwig Wittgenstein às teorias de Sigmund Freud e James Frazer. Em particular, Wittgenstein argumenta que Freud e Frazer compartilham uma metodologia problemática, conhecida como "psicologismo", na qual eles tentam explicar o comportamento humano e as crenças em termos de estados mentais subjacentes. Este artigo se concentra na crítica de Wittgenstein à metodologia de Freud e como ela afeta a compreensão da mente humana. 

O livro traz uma crítica séria sobre a obra de Sigmund Freud e sua teoria psicanalítica. Um dos principais problemas apontados é a falta de evidência científica para respaldar suas teorias. Por exemplo, a existência de estruturas mentais inconscientes não pode ser comprovada de forma objetiva e muitos argumentam que as teorias de Freud são baseadas em suposições subjetivas e não em fatos comprovados. Além disso, sua técnica de interpretação dos sonhos também tem sido alvo de críticas, pois é considerado baseado em inferências subjetivas.

Outra crítica é a questão dos métodos de tratamento de Freud, como a psicanálise, que são considerados por alguns como ineficazes e prolongados demais. Alguns também criticam a falta de transparência na coleta de dados e a falta de clareza na interpretação dos resultados, o que dificulta a avaliação da eficácia das teorias de Freud. E olha, isso é apenas o começo.

Pontos abordados com mais profundidade:

  1. O uso da linguagem: Freud usa a linguagem de forma imprecisa e confusa, o que dificulta a compreensão e a avaliação de suas teorias. Wittgenstein também critica o uso de metáforas e analogias por Freud que, segundo ele, obscurecem a verdadeira natureza das coisas.

  2. A falta de evidência científica: Freud não se baseia em fatos objetivos, mas sim em suposições subjetivas. Wittgenstein também critica a falta de evidência empírica para apoiar as teorias de Freud.

  3. A natureza da mente: Freud tem uma visão equivocada da natureza da mente humana. Wittgenstein acredita que eles exageram a importância de fatores inconscientes e subjetivos, enquanto negligenciam a importância de fatores conscientes e objetivos.

  4. O uso da história:  Freud usa a história de forma imprecisa e forçada para apoiar suas teorias. Freud interpreta eventos históricos de forma tendenciosa e seletiva para confirmar suas próprias suposições.

  5. O uso do método: Freud, que, segundo ele, é baseado em inferências subjetivas e não em fatos objetivos. Wittgenstein também critica o uso de técnicas de interpretação por Freud, que, segundo ele, não são confiáveis e não podem ser verificadas.

  6. As teorias de gênero e sexualidade: Freud se baseia em estereótipos e preconceitos. Wittgenstein acredita são baseadas em estereótipos e preconceitos. Ele argumenta que eles não levam em consideração a diversidade de orientações sexuais e identidades de gênero.

  7.  O uso da psicologia: Freud é baseada em uma visão equivocada da psicologia.Wittgenstein argumenta que ele não leva em consideração as diferenças entre psicologia e outras ciências, como a fisiologia e a filosofia.

  8. A natureza da religião:Freud tem uma visão equivocada da natureza da religião. Wittgenstein acredita que eles exageram a importância de fatores inconscientes e subjetivos na religião, enquanto negligenciam a importância de fatores conscientes e objetivos.

  9.  O uso da antropologia:Freud usa a antropologia de forma imprecisa e forçada para apoiar suas teorias. Wittgenstein acredita que ele interpreta dados antropológicos de forma tendenciosa e seletiva para confirmar suas próprias suposições.

  10. A validade das teorias: Freud não são verdadeiras, mas sim meras opiniões subjetivas.Wittgenstein acredita que elas não podem ser verificadas ou comprovadas, e, portanto, não podem ser consideradas científicas.

  11. O uso da terapia: a Psicanálise não é eficaz, e que ela é baseada em suposições subjetivas e não em fatos objetivos. Wittgenstein também acredita que o uso de técnicas de interpretação por Freud não são confiáveis e não podem ser verificadas.


Review: Freud, biologiste de l'esprit




"Freud, biologiste de l'esprit"

Crítica à psicanálise: O livro também fornece uma crítica ao método psicanalítico de Freud, argumentando que ele é baseado em pressupostos equivocados e não pode ser comprovado cientificamente.

Abaixo estao as 10 principais críticas abordadas no livro:


Falhas metodológicas na psicanálise: O livro "Freud, Biologiste de l'espirit: au-dela de lá legende psychanalytique" argumenta que a psicanálise de Freud é baseada em pressupostos metodológicos equivocados, como a falta de objetividade e a falta de verificabilidade científica.

Falta de evidência científica: O livro afirma que não há evidência científica suficiente para apoiar a validade da teoria psicanalítica de Freud e seus métodos terapêuticos.

Críticas de outros cientistas: O livro discute as críticas de outros cientistas e pesquisadores da área da saúde mental à teoria e prática da psicanálise, afirmando que elas reforçam a falta de validade científica da teoria.

Alternativas científicas: O livro também discute as alternativas científicas à teoria psicanalítica de Freud, incluindo terapias comportamentais e cognitivas, que são baseadas em evidências científicas e têm um histórico comprovado de eficácia.

Impacto da psicanálise na psicologia e saúde mental: O livro analisa como a teoria psicanalítica de Freud e seus métodos terapêuticos têm afetado a forma como a psicologia e a saúdie mental são compreendidas e tratadas. Ele argumenta que a falta de validade científica da psicanálise tem afetado negativamente o campo.

Críticas ao conceito de inconsciente: O livro critica o conceito de inconsciente proposto por Freud, argumentando que não é um conceito cientificamente verificável e que há pouca evidência empírica para apoiá-lo.

Críticas ao complexo de Édipo: O livro também critica a teoria do complexo de Édipo, que sugere que todas as pessoas têm desejos sexuais inconscientes em relação aos seus pais. O livro argumenta que essa teoria não é sustentada por evidência científica e não é um conceito universalmente aplicável.

Críticas ao conceito de repressão: O livro também critica o conceito de repressão, que sugere que as pessoas reprimem inconscientemente lembranças ou desejos traumáticos. O livro argumenta que esse conceito também não é sustentado por evidência

Críticas a técnica terapêutica da associação livre: O livro também critica a técnica terapêutica da associação livre, que é uma parte importante do processo psicanalítico. O livro argumenta que essa técnica não é um método confiável para desvendar lembranças ou desejos reprimidos e é baseada em pressupostos equivocados sobre a mente humana.

Influência na cultura popular e sociedade: O livro também examina a influência da teoria psicanalítica e métodos de Freud na cultura popular e na sociedade em geral, argumentando que ela teve um impacto negativo na compreensão e abordagem da saúde mental e comportamento humano.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Tradução : Science and Pseudoscience in Clinical Psychology com comentários sobre a Psicanálise , TCC e DBT

 




"Science and Pseudoscience in Clinical Psychology" é um livro que examina os fundamentos da psicologia clínica e discute como diferenciar entre a ciência e a pseudociência na prática clínica. O livro aborda tópicos como a importância da avaliação científica, a evidência baseada em terapias, os problemas éticos e legais associados à pseudociência e as implicações para a prática clínica. 


A diferença entre ciência e pseudociência


Um dos principais objetivos do livro é distinguir as reivindicações científicas das pseudocientíficas na psicologia clínica. Para alcançar esse objetivo, no entanto, primeiro precisamos delimitar as principais diferenças entre os programas de pesquisa científica e pseudocientífica. Como um de nós já observou em outro lugar (Lilienfeld, 1998), a ciência provavelmente difere da pseudociência em grau, e não em espécie. A ciência e a pseudociência podem ser pensadas como conceitos Roschianos (Rosch, 1973) ou abertos (Meehl & Golden, 1982; Pap, 1953) que possuem limites intrinsecamente nebulosos e uma lista indefinidamente estendível de indicadores. No entanto, a nebulosidade dessas categorias não significa que as distinções entre ciência e pseudociência são fictícias ou inteiramente arbitrárias. Como o psicofísico S. S. Stevens observou, o fato de que a fronteira precisa entre dia e noite é indistinta não implica que dia e noite não possam ser diferenciados de forma significativa (ver Leahey & Leahey, 1983). Nessa perspectiva, as pseudociências podem ser conceitualizadas como exibindo uma lista falível, mas, no entanto, útil, de indicadores ou "sinais de alerta". Quanto mais esses sinais de alerta uma disciplina exibe, mais ela começa a cruzar a linha divisória nebulosa que separa a ciência da pseudociência (ver também Herbert et al., 2000).Alguns filósofos da ciência (por exemplo, Bunge, 1984) e psicólogos (por exemplo, Ruscio, 2001) já apresentaram algumas das características mais frequentes da pseudociência. Entre essas características estão as seguintes (para discussões adicionais, veja Herbert et al., 2000; Hines, 1988; Lilienfeld, 1998):

1- Hipóteses ad hoc
Do ponto de vista popperiano ou neo-popperiano (veja Popper, 1959), afirmações que nunca poderiam ser, em princípio, falsificadas são inscientíficas (mas veja McNally, 2003, para uma crítica das noções popperianas). A invocação repetida de hipóteses ad hoc para explicar resultados negativos é uma tática comum entre os defensores de afirmações pseudocientíficas. Além disso, em muitas pseudociências, as hipóteses ad hoc são simplesmente "coladas" para tapar buracos na teoria em questão. Quando levado ao extremo, as hipóteses ad hoc podem fornecer uma barreira impenetrável contra a refutação potencial. Por exemplo, alguns defensores da desensibilização e reprocessamento por movimentos oculares (EMDR) argumentaram que os resultados negativos sobre o EMDR provavelmente são atribuíveis a baixos níveis de fidelidade ao procedimento de tratamento (veja Rosen, Glasgow, Moore, & Barrera, Capítulo 9, este volume). Mas eles geralmente foram inconsistentes na sua aplicação do conceito de fidelidade ao tratamento (Rosen, 1999).
É crucial enfatizar que a invocação de hipóteses ad hoc diante de evidências negativas às vezes é uma estratégia legítima na ciência. Em programas de pesquisa científica, no entanto, esses manejos tendem a aumentar o conteúdo da teoria, o poder preditivo ou ambos (veja Lakatos, 1978; Meehl, 1990).

[Na psicanálise, as hipóteses ad hoc são usadas para explicar fenômenos que não podem ser explicados pelas teorias existentes. Por exemplo, um paciente pode apresentar sintomas de ansiedade sem nenhum motivo aparente. Um analista poderia usar uma hipótese ad hoc para explicar esse comportamento, sugerindo que o paciente está reprimindo algum trauma ou conflito inconsciente. Essa hipótese seria usada para orientar a terapia, mas não seria considerada uma teoria científica comprovada.]
[A teoria da terapia cognitiva clássica e a DBT não dependem de hipóteses ad hoc. A teoria cognitiva é baseada na premissa de que os pensamentos e crenças disfuncionais desempenham um papel importante na manutenção de problemas de saúde mental e que mudar esses pensamentos e crenças pode melhorar o bem-estar do indivíduo. A DBT é baseada na teoria de que os comportamentos disfuncionais são mantidos por meio de uma interação entre fatores biológicos, psicológicos e ambientais.]

2- Ausência de auto-correção . 
Programas de pesquisa científica não são necessariamente distinguidos de programas de pesquisa pseudocientífica na verossimilhança de suas afirmações, pois os defensores de ambos os programas frequentemente avançam afirmações incorretas. No entanto, a longo prazo, a maioria dos programas de pesquisa científica tende a eliminar esses erros, enquanto a maioria dos programas de pesquisa pseudocientífica não o faz. Consequentemente, a estagnação intelectual é uma marca registrada da maioria dos programas de pesquisa pseudocientífica (Ruscio, 2001). Por exemplo, a astrologia mudou muito pouco nos últimos 2.500 anos (Hines, 1988).

[Um exemplo disso é a teoria freudiana da repressão. Segundo essa teoria, os indivíduos reprimem traumas ou conflitos inconscientes, causando sintomas psicológicos. No entanto, essa teoria nunca foi comprovada cientificamente e muitos críticos argumentam que não há evidências concretas para suportar a existência da repressão inconsciente. Embora essa teoria tenha sido amplamente aceita entre os psicanalistas, ela nunca foi submetida a testes rigorosos e não foi corrigida quando evidências contrárias surgiram.]

[ A teoria da terapia cognitiva clássica e a DBT não afirmam que os indivíduos não são capazes de se auto-corrigir. Pelo contrário, essas terapias visam ajudar as pessoas a desenvolver habilidades para identificar e mudar seus pensamentos e comportamentos disfuncionais de forma independente, sem depender exclusivamente do terapeuta. A terapia cognitiva clássica, por exemplo, ensina técnicas para que os pacientes possam monitorar e modificar seus pensamentos negativos. Já a DBT, além de ensinar técnicas para controlar as emoções, também enfatiza a importância de se sentir capaz e responsável pelas próprias mudanças.]

3- Evasão da revisão por pares. 
Relacionado a isso, muitos defensores da pseudociência evitam submeter seu trabalho ao processo de revisão por pares, que muitas vezes pode ser humilhante para o ego (Ruscio, 2001; veja também Gardner, 1957, para ilustrações). Em alguns casos, eles podem fazê-lo com base na alegação de que o processo de revisão por pares é intrinsecamente prejudicado contra achados ou afirmações que contradizem paradigmas bem estabelecidos (por exemplo, veja Callahan, 2001a, para uma ilustração envolvendo a Terapia de Campo de Pensamento; veja também Rosen, Glasgow, Moore e Barrera, capítulo 9, deste volume). Em outros casos, eles podem evitar o processo de revisão por pares com base na alegação de que suas afirmações não podem ser avaliadas adequadamente usando métodos científicos padrão.Ainda que o processo de revisão por pares não seja perfeito, ele ainda é a melhor mecânica de auto-correção na ciência e ajuda os pesquisadores a identificar erros em seus raciocínios, metodologias e análises. Ao permanecer largamente isolado do processo de revisão por pares, alguns defensores da pseudociência perdem uma oportunidade valiosa de obter feedback corretivo de colegas informados. 

[Um exemplo disso é a teoria de Melanie Klein sobre a relação entre mãe e filho. Segundo essa teoria, as relações precoces entre mãe e filho têm um impacto significativo no desenvolvimento da personalidade do indivíduo. No entanto, essa teoria não foi submetida à revisão por pares, ou seja, não foi avaliada por outros especialistas na área. Isso significa que suas conclusões não foram testadas de forma adequada e não foram submetidas a críticas externas.]

[Bem, eu não posso dizer que existe "evasão da revisão por pares" na teoria da terapia cognitiva clássica ou DBT, mas posso dizer que as teorias passam por processos rigorosos de revisão científica antes de serem aceitas e utilizadas. Eu poderia criar uma teoria de que o mundo é governado por sapos alienígenas, mas eu duvido que ela passaria pela revisão por pares (rsrs).
Agora sério: é importante lembrar que as teorias são constantemente revistas e atualizadas com base em novos estudos e pesquisas, para garantir que elas sejam baseadas em evidências científicas sólidas e eficazes na prática clínica. Então, não é uma questão de evasão, mas sim de buscar sempre a excelência e a atualização.]

4- Ênfase na confirmação em vez da refutação. 
O brilhante físico Richard Feynman (1985) afirmou que a essência da ciência é se dobrar para provar-se errado. Bartley (1962) também afirmou que a ciência, quando é no seu melhor, envolve a maximização da crítica construtiva. Idealmente, os cientistas submetem suas afirmações preciosas a um risco grave de refutação (Meehl, 1978; veja também Ruscio, 2001). Em contraste, os pseudocientistas tendem a buscar apenas evidências confirmatórias para suas afirmações. Como um defensor determinado pode encontrar pelo menos alguma evidência de apoio para praticamente qualquer afirmação (Popper, 1959), essa estratégia de testar hipóteses de confirmação não é uma maneira eficiente de eliminar erros em sua rede de crenças.
Além disso, como Bunge (1967) observou, a maioria das pseudociências consegue reinterpretar resultados negativos ou anômalos como corroborações de suas afirmações (veja Herbert et al., 2000). Por exemplo, os defensores da percepção extrasensorial (ESP) às vezes interpretam casos isolados de desempenho pior que a chance em tarefas parapsicológicas (conhecido como "psi faltando") como evidência de ESP (Gilovich, 1991; Hines, 1988).

[Um exemplo disso é a teoria de Carl Jung sobre a personalidade. Segundo essa teoria, existem arquétipos universais que influenciam o comportamento humano, como o "anima" feminina e o "animus" masculino. Muitos pesquisadores na área da psicanálise aceitaram essa teoria sem questioná-la adequadamente, e não houve esforços significativos para refutá-la. Isso se deve ao fato de que essa teoria se encaixa com as expectativas e crenças existentes dentro da comunidade psicanalítica, e não foi submetida a testes rigorosos para se comprovar ou refutar.] 

[É importante notar que em ambas as teorias, tanto na terapia cognitiva clássica quanto na DBT, há um esforço para testar e avaliar hipóteses e suposições, com o objetivo de refutá-las ou confirmá-las. Isso é importante para garantir que as teorias sejam baseadas em evidências científicas sólidas e eficazes na prática clínica.
No entanto, é possível que alguns terapeutas ou pesquisadores possam ter uma tendência para procurar confirmação em vez de refutação, devido a vieses cognitivos naturais. Como tal, é importante que os terapeutas e pesquisadores sejam conscientes desse viese e façam esforços para minimizá-lo, lembrando que o obstáculo é o homem, não as teorias e isso pode invalidar o processo terapêutico.
A terapia cognitiva clássica e a DBT são baseadas em evidências científicas, e essa é a razão pela qual elas são utilizadas com sucesso na prática clínica. No entanto, é importante ser crítico e questionar as suposições e hipóteses para garantir que elas são baseadas em evidências científicas sólidas e não apenas confirmando o que é já conhecido.]

5. Carga da prova invertida
Como mencionado anteriormente, a carga da prova na ciência recai sobre a pessoa que faz uma afirmação, e não sobre o crítico. Os defensores da pseudociência frequentemente desrespeitam este princípio e, em vez disso, exigem que os céticos demonstrem além de qualquer dúvida razoável que uma afirmação (por exemplo, uma afirmação sobre a eficácia de uma técnica terapêutica novela) é falsa. Este erro é semelhante à falácia ad ignorantium do lógico (ou seja, o argumento da ignorância) - o erro de assumir que uma afirmação é provável ser correta apenas porque não há evidência convincente contra ela (Shermer, 1997). Por exemplo, alguns defensores de objetos voadores não identificados (UFOs) insistiram que os céticos expliquem cada relatório não explicado de um evento anômalo no céu (Hines, 1988; Sagan, 1995a). Mas, como é essencialmente impossível provar um negativo universal, esta tática coloca incorretamente a carga da prova sobre o cético em vez dos afirmantes.

[Um exemplo disso é a teoria da transferência na psicanálise. Segundo essa teoria, os pacientes transferirão seus conflitos inconscientes para o analista durante a terapia, causando reações emocionais e comportamentais. Embora essa teoria seja amplamente aceita na psicanálise, ela não foi comprovada cientificamente e não foi submetida a testes rigorosos. Portanto, é considerada como verdadeira sem ter que ser comprovada. Isso significa que qualquer evidência contrária à teoria da transferência precisa ser explicada de forma apropriada, enquanto a teoria em si é considerada verdadeira sem necessidade de prova.]

[Não há evidências de que a teoria da terapia cognitiva clássica e DBT sejam baseadas na "Carga da prova invertida" e não se espera que as hipóteses e suposições sejam aceitas sem serem questionadas e testadas com base em evidências científicas.]

6.Ausencia de conectividade.
Ao contrário de muitos programas de pesquisa científica, os programas de pesquisa pseudocientíficos tendem a faltar "conectividade" com outras disciplinas científicas (Bunge, 1983; Stanovich, 2012). Em outras palavras, as pseudociências muitas vezes se propõem a criar paradigmas inteiramente novos a partir do nada, em vez de construir sobre paradigmas existentes. Ao fazê-lo, elas muitas vezes negligenciam princípios científicos bem estabelecidos ou conhecimentos científicos difíceis de serem obtidos. Por exemplo, muitos defensores da ESP argumentam que é um processo físico genuíno (embora até agora não detectado) de percepção, mesmo que os casos relatados de ESP violam quase todas as principais leis de sinais físicos (por exemplo, a ESP supostamente opera com a mesma força de milhares de milhas de distância quanto de alguns pés de distância). Embora os cientistas devam permanecer abertos à possibilidade de que um paradigma inteiramente novo tenha sucesso em derrubar todos os paradigmas preexistentes, eles devem insistir em padrões extremamente elevados de evidência antes de chegar a essa conclusão. Esse ditame se alinha às perspectivas bayesianas sobre a ciência, que estabelecem que a plausibilidade a priori deve ser considerada ao avaliar a probabilidade das teorias científicas (Lilienfeld, 2011; Wagenmakers, Wetzels, Boorsbom, & van der Maas, 2011).

[Um exemplo disso é a teoria de Sigmund Freud sobre a sexualidade infantil. Segundo essa teoria, as experiências sexuais precoces têm um impacto significativo no desenvolvimento da personalidade do indivíduo. No entanto, essa teoria não está conectada com outras teorias ou pesquisas na área da psicologia, como a neurociência ou a psicologia evolutiva. Isso significa que essa teoria não foi testada ou avaliada em relação a outras teorias ou pesquisas na área, e não foi integrada a uma compreensão mais ampla do desenvolvimento humano.]

[Não existe "ausência de conectividade" na teoria da terapia cognitiva clássica e no DBT. Ambas as abordagens são baseadas em evidências científicas e se concentram em estabelecer ligações entre pensamentos, emoções e comportamentos, e como essas ligações afetam a saúde mental e o bem-estar das pessoas. A terapia cognitiva clássica se concentra em identificar e modificar pensamentos disfuncionais e automáticos que podem estar contribuindo para problemas de saúde mental. DBT, por outro lado, também se concentra na regulação emocional e habilidades interpessoais. Ambas as abordagens buscam estabelecer conexões e ligações entre diferentes aspectos da vida das pessoas para melhorar sua saúde mental e bem-estar.]



7. Sobrepeso de evidência testimonial e anedótica. 
A evidência testimonial e anedótica pode ser bastante útil nos estágios iniciais da investigação científica. No entanto, essa evidência é quase sempre muito mais útil no contexto de descoberta (ou seja, geração de hipóteses) do que no contexto de justificação (ou seja, teste de hipóteses; veja Reichenbach, 1938). Os defensores de afirmações pseudocientíficas frequentemente invocam relatórios de casos selecionados (ex: "Este tratamento claramente funcionou para a pessoa X, porque a pessoa X melhorou significativamente após o tratamento") como meio de fornecer evidências conclusivas para essas afirmações. Por exemplo, os defensores de determinados tratamentos (por exemplo, secretina, dietas sem glúten, terapia de quelação) para o transtorno do espectro autista (veja Waschbusch e Waxmonsky, Capítulo 13, deste volume) muitas vezes apontam para relatórios de casos não controlados de melhora como evidência de suporte (Offit, 2010).
Como observou Gilovich (1991), os relatórios de casos quase nunca fornecem evidências suficientes para uma afirmação, embora frequentemente forneçam evidências necessárias para essa afirmação. Por exemplo, se uma nova forma de psicoterapia é eficaz, é certamente esperado que haja pelo menos alguns relatórios de casos positivos de melhora. Mas esses relatórios de casos não fornecem evidências adequadas de que a melhora foi atribuída à psicoterapia, pois essa melhora poderia ter sido produzida por uma série de outras influências (por exemplo, efeitos placebo, regressão à média, remissão espontânea ou maturação; veja Cook e Campbell, 1979; Lilienfeld, Ritschel, Lynn, Cautin e Latzman, 2013).

[O sobrepeso de evidência testimonial e anedótica é um problema que ocorre na psicanálise, quando as teorias são baseadas principalmente em relatos de pacientes e histórias anedóticas, em vez de evidências empíricas. Um exemplo disso é a teoria da repressão de Sigmund Freud. Segundo essa teoria, os indivíduos reprimem os pensamentos e lembranças dolorosos para proteger a mente consciente, isso pode causar problemas psicológicos. Essa teoria é baseada principalmente em relatos de pacientes de Freud e histórias anedóticas, sem evidência empírica adequada para apoiá-la. Isso significa que essa teoria não foi testada ou avaliada por meio de experimentos científicos rigorosos, e não foi comprovada por meio de evidências objetivas.]

[A terapia cognitiva clássica e a DBT são baseadas em evidências científicas, e as técnicas são frequentemente testadas em estudos controlados antes de serem consideradas eficazes. Então, ao invés de confiar em histórias de "amigo de um amigo" ou relatos de experiências pessoais, preferemos nos basear em dados sólidos e estatísticas para avaliar a eficácia dessas abordagens.]

8. Uso de linguagem obscurantista. Se Muitos defensores da pseudociência usam jargão imponente ou altamente técnico em um esforço para fornecer às suas disciplinas as aparências superficiais da ciência (veja van Rillaer, 1991, para uma discussão sobre "estratégias de dissimulação" na pseudociência). Essa linguagem pode ser convincente para indivíduos desconhecidos com as bases científicas das afirmações em questão e, portanto, pode dar a essas afirmações um imprimatur de legitimidade científica indevido.
Por exemplo, o desenvolvedor do EMDR explicou a eficácia deste tratamento da seguinte forma (veja também Rosen, Glasgow, Moore e Barrera, Capítulo 9, deste volume); 
 [As] valências dos receptores neurais (potencial sináptico) das respectivas redes neurais, que armazenam separadamente várias informações de platô e níveis de informações adaptativas, são representadas pelas letras Z a A. Hipoteticamente, a rede de alvo de alta valência (Z) não pode se conectar com as informações mais adaptativas, que estão armazenadas nas redes com valência menor. Isso é, o potencial sináptico é diferente para cada nível de afeto mantido nas várias redes neurais... 
A teoria é que, quando o sistema de processamento é catalisado em EMDR, a valência dos receptores é deslocada para baixo para que eles sejam capazes de se conectar com os receptores das redes neurais com valências progressivamente menores.

[Um exemplo disso é a teoria de Jacques Lacan, um psicanalista francês, sobre o eu e o Outro. Ele usa um linguajar muito complexo e metafórico para descrever essa teoria, que muitas vezes é difícil de ser compreendido pelos leitores não familiarizados com sua obra. Alguns críticos argumentam que essa linguagem obscurantista é usada para esconder a falta de fundamentação e evidência para suas teorias. Isso significa que as teorias de Lacan podem ser consideradas como difíceis de serem compreendidas e avaliadas, devido a sua linguagem complexa e metafórica (Lacanes para os íntimos).]

[Não há "uso de linguagem obscurantista" na teoria da terapia cognitiva clássica e no DBT. Ambas as abordagens são baseadas em evidências científicas e usam uma linguagem clara e concisa para se comunicar. No entanto, às vezes, é possível que alguns termos técnicos possam ser usados ​​que possam ser desconhecidos para algumas pessoas, mas isso não significa necessariamente que sejam "obscuros". A DBT pode ter algumas expressões engraçadas como "Mindfulness é como andar de bicicleta, você tem que praticar todos os dias para não esquecer como fazer" mas isso não significa que seja uma linguagem obscurantista, e sim uma forma de tornar a abordagem mais acessível e compreensível.]


9. Ausência de condições limite.
A maioria das teorias científicas bem comprovadas possui condições limite, ou seja, limites bem articulados sob os quais os, limites bem articulados sob as quais os fenômenos previstos se aplicam e não se aplicam. Em contraste, muitos ou a maioria dos fenômenos pseudocientíficos são supostamente operacionais em uma gama extremamente ampla de condições. Como observado por Hines (1988, 2001), uma característica frequente das psicoterapias marginais é que elas são aparentemente eficazes para quase todos os transtornos, independentemente de sua etiologia. Por exemplo, alguns defensores da Terapia do Campo de Pensamento (veja Rosen, Glasgow, Moore & Barrera, Capítulo 9, este volume) propuseram que essa terapia é benéfica para praticamente todos os transtornos mentais. Além disso, o desenvolvedor deste tratamento propôs que é eficaz não apenas para adultos, mas também para "cavalos, cães, gatos, bebês e crianças muito jovens" também (Callahan, 2001b, p. 1255).

[Lacan: a teoria de Lacan sobre o eu e o Outro é frequentemente criticada por não estabelecer claramente as condições em que seus conceitos são válidos. 

Sigmund Freud: a teoria de Freud sobre a sexualidade infantil é frequentemente criticada por não estabelecer claramente as condições em que seus conceitos são válidos. 

Melanie Klein: a teoria de Melanie Klein sobre a posição depressiva infantil é frequentemente criticada por não estabelecer claramente as condições em que seus conceitos são válidos. ]

[Não há ausência de "condições limite" na teoria da terapia cognitiva clássica e no DBT. Ambas as abordagens estabelecem claramente as condições e os limites do tratamento, incluindo metas e objetivos, expectativas de compromisso e responsabilidade dos pacientes, e protocolos de segurança. Porém... "Se você acha que terapia cognitiva clássica e DBT não tem limites, você nunca tentou explicar o conceito de 'distorção cognitiva' para alguém que acabou de acordar" brincadeiras a parte : é claro que essas abordagens possuem limites e condições específicas para serem seguidas.]



quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Opinião: Porque a PBE não será implementada nas faculdades Brasileiras.

 Muitas vezes, ouvimos falar de ceticismo acadêmico como algo positivo, pois é a postura crítica e escéptica que deve ser adotada em relação às teorias e pesquisas científicas. No entanto, infelizmente, existe um tipo de falso ceticismo acadêmico que é usado como disfarce para vieses pessoais. Esse tipo de "ceticismo" não se baseia em fatos e evidências, mas sim em opiniões e preconceitos pessoais. 

A Psicologia Baseada em Evidências é frequentemente divulgada com graves acusações e mentiras por aqueles que se recusam a se atualizar academicamente e idolatram teóricos. Esse tipo de postura impede o avanço da ciência e afeta a qualidade do ensino e da prática profissional.

Sabendo disso, estão 10 motivos que a PBE nem tão cedo irá se popularizar no Brasil.

1- Falta/desinteresse de conhecimento sobre o que é prática baseada em evidências e como ela pode ser aplicada na psicologia.

2- Falta de recursos financeiros para treinamento de professores e estudantes.

3- Falta de estrutura acadêmica para incluir a prática baseada em evidências no currículo.

4- Falta completa de incentivo da parte do Ministério da Educação do Governo Federal.

5- Falta de acesso a bibliografia em português sobre a psicologia baseada em evidências.

6- Falta de recursos tecnológicos.

7- Falta de profissionais experientes na prática baseada em evidências.

8- Falta de conscientização sobre a importância da prática baseada em evidências.

9- Falta de habilidades de investigação científica e análise crítica entre os estudantes e professores.

10- Falta de uma cultura acadêmica que valoriza a prática baseada em evidências.




Opinião: Negacionismo e resistência à mudança na Psicologia Brasileira.




A psicologia é a ciência que estuda o comportamento humano e as motivações por trás dele.
Atualmente, existem diversas abordagens dentro da psicologia, cada uma com suas próprias teorias e técnicas. Entre as abordagens mais conhecidas estão a Psicologia Tradicional e a Psicanálise. No entanto, ambas têm sido negacionistas e pouco racionais em relação à ideia da inserção da Psicologia Baseada em Evidências (PBE).

A Psicologia Baseada em Evidências tem enfrentado resistência de alguns setores, que argumentam que ela é insuficiente para explicar todos os aspectos do comportamento humano. Isso leva a uma polarização dentro da comunidade, com alguns defendendo a psicologia baseada em evidências e outros defendendo as abordagens tradicionais e psicanalíticas.

Esse tipo de negacionismo e resistência a novas abordagens científicas não é exclusivo da psicologia. Em diversas áreas da ciência, temos exemplos históricos de negacionismo e resistência a mudanças. Um exemplo clássico é o caso da teoria da evolução de Darwin, que foi amplamente criticada e negada por muitos cientistas da época. Essa resistência levou a muitos anos de debate e discussão antes que a teoria fosse amplamente aceita. Outro exemplo é o caso do Câncer, onde a comunidade científica demorou muito tempo para aceitar a ideia de que o câncer era uma doença causada por alterações celulares. Isso levou a muitos anos de pesquisa desperdiçada e a um atraso no desenvolvimento de tratamentos eficazes.
Esses exemplos mostram o quanto o negacionismo e a resistência à mudança podem ser prejudiciais para o avanço da ciência. Como menciona Steven Pink em seu livro "Irrationality": “As pessoas tendem a se apegar a suas crenças e teorias, mesmo quando elas são refutadas por evidências científicas. Isso pode levar a uma defesa cega dessas crenças, mesmo quando elas são claramente erradas”.
10 formas de dialogar e questionar algo de forma racional:
  1. Importância de entender as perspectivas do outro lado
  2. Aprender a separar fatos de opiniões
  3. Evitar falar em absolutos
  4. Aprender a escutar com atenção
  5. Entender a diferença entre argumentos e persuasão
  6. Entender que a probabilidade é mais importante do que certeza
  7. Não se deixar levar pela emoção
  8. Evitar falar em generalizações
  9. Aprender a reconhecer viés cognitivos
  10. Entender que mudar de opinião não é uma fraqueza
10 formas infelizes de não ter um diálogo racional:
  1. Ignorar perspectivas do outro lado
  2. Falar em absolutos sem fundamento e conhecimento teórico
  3. Interromper ou não escutar o outro lado
  4. Se basear apenas em persuasão e não em argumentos
  5. Achar que certeza é mais importante do que probabilidade
  6. Deixar-se levar facilmente pela emoção
  7. Fazer generalizações sem fundamento
  8. Não reconhecer viés cognitivos
  9. Ver mudança de opinião como fraqueza
  10. Não considerar novos fatos e evidências.
É importante lembrar que a ciência é um processo contínuo e evolutivo, e que as teorias e técnicas podem ser aprimoradas e atualizadas com base em novas evidências. Isso significa que é importante manter-se aberto às novas ideias e abordagens, e estar disposto a mudar de opinião quando as evidências o exigirem.

A psicologia, assim como outras áreas da ciência, tem enfrentado desafios como o negacionismo e a resistência à mudança. No entanto, a Psicologia Baseada em Evidências tem se mostrado uma abordagem crucial para superar esses obstáculos e garantir que a psicologia continue avançando. A PBE se baseia em evidências científicas sólidas e é essencial para desenvolver e aplicar soluções eficazes. Além disso, a PBE é fundamental para garantir que a psicologia seja uma ciência transparente e confiável, e para evitar a disseminação de ideias e práticas baseadas em crenças sem fundamento científico.

Opinião: A importância do pensamento racional para o progresso humano


 O livro "Rationality" de Steven Pink argumenta que o pensamento racional é essencial para o progresso humano e que a negação dele tem um impacto negativo no mundo. Quando as pessoas se recusam a pensar de forma racional, elas se tornam propensas a crenças irracionais e decisões ruins, o que pode levar a problemas sociais, econômicos e políticos. Por exemplo, a negação do pensamento racional pode levar a crenças falsas, como teorias da conspiração ou negação de fatos científicos, que podem prejudicar a saúde pública e a segurança. Além disso, a falta de pensamento crítico pode levar a decisões políticas e econômicas ruins, como políticas protecionistas ou aumento do déficit público.

O pensamento racional também é importante para a resolução de conflitos e para a construção de sociedades justas e inclusivas. Quando as pessoas são capazes de pensar de forma racional, elas são mais propensas a considerar diferentes perspectivas e a buscar soluções justas para problemas. A negação do pensamento racional pode levar a um aumento da intolerância e do extremismo, pois as pessoas são menos propensas a considerar diferentes opiniões e a buscar soluções pacíficas para conflitos. Outra forma como a negação do pensamento racional pode afetar negativamente o mundo é através do fracasso em lidar com desafios globais, como mudanças climáticas, fome e pobreza. O pensamento racional é essencial para identificar as causas desses problemasconsiderar as consequências de suas ações. 

Em resumo, o livro "Rationality" de Steven Pink argumenta que o pensamento racional é essencial para o progresso humano e que a negação dele tem um impacto negativo no mundo. Ele destaca como a falta de pensamento racional pode levar a problemas sociais, econômicos e políticos, como crenças falsas, decisões ruins e aumento da intolerância e extremismo. Ele também destaca como o pensamento racional é importante para lidar com desafios globais e para a construção de sociedades justas e inclusivas. Ele afirma que a negação do pensamento racional pode limitar a criatividade e inovação e diminuir a qualidade das decisões.

Por que as pessoas deixam de ser racionais: baseado no livro "Rationality" de Steven Pink

 


As pessoas podem deixar de ser racionais por diversas razões. Segundo o livro "Rationality" de Steven Pink, uma das principais razões é a influência de emoções e desejos irracionais. Quando as pessoas são governadas por suas emoções, elas podem tomar decisões que não são baseadas em fatos ou lógica. Além disso, as pessoas também podem se deixar levar por suas crenças e desejos irracionais, o que as impede de ver a situação de forma objetiva.

 Outra razão pela qual as pessoas podem deixar de ser racionais é a falta de informação ou conhecimento. Se uma pessoa não tem informações suficientes sobre um assunto, ela pode tomar decisões baseadas em suposições ou crenças infundadas. Além disso, a falta de conhecimento ou habilidades pode impedir as pessoas de processar informações de forma eficaz, o que pode levar a decisões irracionais.

 A pressão social também pode levar as pessoas a deixarem de ser racionais. As pessoas podem sentir a necessidade de seguir as opiniões e opiniões dos outros, mesmo que essas opiniões não sejam baseadas em fatos ou lógica. Isso pode levar as pessoas a tomar decisões irracionais ou a seguir crenças populares sem questioná-las.

 A tendência humana de se apegar a suas crenças e opiniões. Isso pode fazer com que as pessoas ignorem informações que contradizem suas crenças e opiniões, o que pode levar a decisões irracionais.

 Além disso, as pessoas também podem ser levadas a decisões irracionais devido a falhas cognitivas e distorções cognitivas. Essas falhas e distorções podem incluir a tendência de subestimar ou superestimar probabilidades, a tendência de se concentrar em informações irrelevantes, e a tendência de se apegar a estereótipos e preconceitos.

 A falta de autorreflexão também pode levar as pessoas a deixarem de ser racionais. Quando as pessoas não questionam suas próprias crenças e opiniões, elas podem tomar decisões baseadas em suposições sem fundamento. Além disso, as pessoas também podem seguir hábitos e rotinas sem questionar se eles são racionais ou eficazes.

 Para evitar estas situações, é importante estar ciente das razões pelas quais as pessoas deixam de ser racionais e trabalhar para superá-las. Isso pode incluir desenvolver habilidades para lidar com emoções e desejos irracionais, buscar informações e conhecimentos relevantes, questionar opiniões e crenças populares, e praticar a autorreflexão. Ao fazer isso, as pessoas podem tomar decisões mais racionais no futuro e evitar cair em armadilhas mentais que podem levar a decisões irracionais.


quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Reflexões sobre a falta do Pensamento Crítico no Brasil


Promover Pensamento Crítico

Parece que o pensamento crítico é algo fundamental para a construção de uma sociedade mais consciente e crítica. No entanto, infelizmente, é comum encontrar distância em relação a ele no Brasil. Isso pode ser influenciado por diversos fatores, como questões sociais, políticas, culturais e históricas, falta de investimento em educação e a influência desordenada das redes sociais.

Para mudar essa realidade, é preciso encontrar um equilíbrio entre as diferentes formas de pensamento e buscar a educação crítica e cidadã. A participação ativa na sociedade e na política, o fomento à cultura do diálogo e do debate, a diversidade e a inclusão são essenciais. Além disso, é fundamental garantir o acesso à informação e à educação de qualidade, bem como meios de comunicação imparciais e precisos.

É importante lembrar que o pensamento crítico é uma habilidade que deve ser cultivada e praticada ao longo da vida pois nunca será o suficiente, somos falhos, e não algo que se aprende uma vez e depois se esquece. Só assim poderemos construir uma sociedade mais consciente e crítica, capaz de avaliar e questionar as informações e ideias ao seu redor.

A falta de pensamento crítico tem consequências destrutivas para a sociedade, como a disseminação de fakenews, a aceitação de ideias prejudiciais a democracia e a falta de questionamento das autoridades e líderes políticos. Por isso, é crucial trabalharmos para desenvolver essa habilidade tão importante, ela pode garantir nosso destino como sociedade.

A distância do pensamento crítico é um assunto complexo e relevante que precisa ser discutido e trabalhado.Este é um esforço contínuo e que precisa ser feito por todos nós se quisermos deixar um bom futuro para as próximas gerações.




Deficiência na Terapia Tradicional - Efeito Hawthorne


"Se ela mentir, a culpa é dela" é uma expressão comumente usada que sugere que a responsabilidade pela mentira é exclusivamente de quem mente. No entanto, na realidade, a situação é bem mais complexa.


Durante as sessões de terapia, é comum que os pacientes tentem agradar o psicólogo, o que é conhecido como o Efeito Hawthorne. Esse efeito sugere que os pacientes podem mudar seu comportamento devido à atenção especial que estão recebendo, independentemente de qualquer mudança real nas condições. Isso pode incluir mentir para agradar, criar uma atmosfera de falsa superação a fim de se convencer de que o tratamento está sendo efetivo.


A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma ferramenta eficaz para minimizar o efeito de Hawthorne, pois se concentra em princípios de objetividade, transparência, comunicação aberta, análise de dados, abordagem colaborativa e identificação de pensamentos distorcidos. Não é justo culpar o paciente pelo efeito de Hawthorne. É importante lembrar que o objetivo do paciente é melhorar sua saúde e bem-estar, e eles podem não ser conscientes de que estão agindo de forma artificial para agradar o terapeuta.


É responsabilidade do terapeuta estar ciente desse efeito e tomar medidas para minimiza-lo, como manter a honestidade e transparência com seus pacientes sobre como eles serão avaliados e garantir que seus pacientes entendam que seu progresso será avaliado de forma justa e imparcial, independentemente de como eles se comportam. Se essa etapa não for superada, a chance de influenciar a (má) qualidade da terapia é grande.

relatos brasileiros

  RELATO 1: "Trabalho em uma clínica com plano de saúde em Curitiba, com carga horária de 40 horas semanais. Os atendimentos não passam...